O pingo do i
Para se diferenciar do "u". Segundo Duarte (2003, pág. 49), o pingo no "i" foi instituiído para diferenciar a sequência de dois "i" (o "ii", muito frequente em latim) do "u" minúsculo, com o qual ela se confundia muito no alfabeto gótico adaptado muito em voga no final da Idade Média. Na verdade, o til, o apóstrofo e vários outros sinais foram propostos para evitar a confusão entre "ii" e "u" até que se definisse, no século XVI, pelo acréscimo de um ponto à vogal "i". A partir de então, passamos a pôr os pingos nos "i" e a colaborar para o sucesso da Grafologia, uma técnica de reputação muito controvertida que parte do pressuposto de que há uma relação direta entre grafia e personalidade.
A ausência do pingo sobre o "i", por exemplo, é interpretada como sinal de "distração" ou de "mente ausente" nos exames grafológicos tradicionais. Por outro lado, os que colocamos o pingo muito acima do "i" - sim, faço parte desta confraria - somos considerados "imaginativos". E se você é daqueles que fazem o pingo como um círculo, de duas uma: ou você tem uma "personalidade artística" (seja lá o que isso signifique...), ou é muito afetado e pretensioso. Será?
Para saber mais:
DUARTE, M. O guia dos curiosos: língua portuguesa. São Paulo: Editora Panda, 2003.
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