Soube que o leite consumido em grandes quantidades por adultos é um importante fator de risco para câncer da próstata devido elevados teores de IGF-1 (fator de crescimento semelhante a insulina). Isso é verdade?
O leite é um alimento muito nutritivo, rico em proteínas e principal fonte alimentar de cálcio. No entanto, devemos nos lembrar que em relação a nossa alimentação, devemos fazer uso do bom senso, ou seja, consumir os alimentos em quantidade e qualidade equilibradas. Todo excesso pode ser prejudicial, assim como a falta pode causar inúmeras doenças carenciais.
Para entendermos melhor o assunto em questão, vamos rever nossos conceitos sobre o hormônio IGF1. Esse hormônio produzido em nosso corpo, também conhecido como pró-hGH (pró hormônio do crescimento), tem um papel importante no crescimento das crianças. Nos adultos pode execer efeitos anabólicos e tem sido usado para reverter alguns transtornos causados pela idade, como aumento de colesterol, perda muscular e enfraquecimento das funções mentais e neurológicas.
No entanto, quando administrado em excesso, sem acompanhamento médico, podem ocorrer efeitos colaterais, tais como sobrecarga cardíaca por inchaço do músculo, crescimento de tumores já existentes , aumento das mamas, do queixo, das cartilagens, das orelhas, do nariz e até das mãos e dos pés. Há fortes suspeitas também que doses imprudentes deflagrem quadros de diabetes, isso quando há predisposição genética para a doença. Há ainda suspeitas de que doses a mais desse hormônio estejam relacionadas ao desenvolvimento de câncer. Como a droga estimula a multiplicação celular, também estimularia o crescimento de tumores malignos. Entretanto, tudo isso ainda é questionável, e poucos estudos foram conduzidos até o momento para comprovar esses efeitos.
Voltando ao caso discutido aqui (leite de vaca), sabemos que a vaca também produz IGF1 (importante para ovulação e lactação) e que pequenas quantidades estão presentes no leite. Contudo, essa quantidade não é suficiente para causar qualquer efeito prejudicial à nossa saúde, a não ser que consumíssemos uma quantidade muito grande de laticínios todos os dias (algo considerado anormal).
O que nos preocupa atualmente é o uso de um hormônio que tem sido utilizado como um anabolizante dado às vacas para aumentar a produção de leite. Esse hormônio é conhecido como BST – somatropina bovina recombinante e existe uma suspeita de que ele aumentaria a produção de IGF1 nas vacas. Consequentemente, o resíduo tanto da droga (hormônio) como uma maior quantidade de IGF1 poderiam estar presentes no leite.
Não dispomos de estudos que comprovem que esses hormônios são utilizados em larga escala e podem de fato alterar a concentração de IGF1 no leite, no entanto, conforme adiantamos no início desta resposta, se fizermos uso do bom senso, certamente estaremos protegidos de qualquer prejuízo. Finalizamos lembrando também que a s gorduras saturadas do leite e derivados (e de outros alimentos também) podem ser um fator de promoção de vários tipos de câncer, principalmente mama e próstata. Por isso, adultos devem ser orientados a consumir esses produtos livres de gordura, ou seja, desnatados.
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